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Projeto Comunicação não-verbal: Expressões Faciais de Gêmeos

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Dos vários canais de comportamento não verbal, a face é um dos sistemas de sinalização mais complexos do corpo. Hwang e Matsumoto (2016) distinguem:

(a) sinais estáticos, que se referem a características de tamanho, forma, localização dos olhos, sobrancelhas, nariz e boca e pigmentação da pele;

(b) sinais lentos que incluem rugas, manchas, pelos faciais e do couro cabeludo;

(c) sinais artificiais incluem óculos, produtos cosméticos, alterações de pelos, etc; 

(d) sinais rápidos que incluem mudanças na aparência da face devido a contrações da musculatura facial que move a pele e altera a forma das características da face.

Cada um destes sinais constitui uma fonte importante de informação. Este projeto diz respeito às expressões faciais – os sinais rápidos da face. As contrações musculares da face estão sob controle neural de duas áreas diferentes do cérebro, uma controlando movimentos voluntários e a outra envolvida em reações involuntárias. A pesquisa sobre expressões faciais de emoções tem suas raízes no trabalho pioneiro de Darwin’s (1872) que sugeriu que as emoções são biologicamente inatas e que as expressões faciais evoluíram como uma capacidade universal em todos os humanos. Peleg et al. (2006) mostraram correlação entre movimentos faciais de indivíduos cegos congênitos com aqueles de seus parentes com visão normal quando estavam pensando concentrados, exibindo tristeza, raiva, nojo, alegria e surpresa, fornecendo evidência para assinaturas faciais familiares únicas. Além dos detalhes da forma do movimento, o timing e a intensidade dos movimentos faciais parecem desempenhar um papel importante em criar as assinaturas familiares globais.

O presente projeto envolve a análise de dados coletados durante o período anterior ao isolamento social da covid-19 pela Equipe do Painel USP de Gêmeos no Laboratório de Etologia Humana do Instituto de Psicologia da USP, com o apoio da FAPESP ao Centro de Pesquisa Aplicada em Bem-Estar e Comportamento Humano (CPBEC). A amostra é constituída por vídeos realizados com 86 pares de gêmeos com idade entre 18 e 65 anos (M= 41,5 anos, DP= 33,23). Quanto ao sexo, 130 dos gêmeos eram mulheres e 42 eram homens. Os irmãos gêmeos assistiram os vídeos sentados lado a lado com um anteparo entre eles a fim de impedir o contato visual. Em frente aos participantes, havia um monitor a cerca de um metro de distância, por meio do qual foram apresentadas as cenas, e uma filmadora que registrava suas as expressões faciais. A cada início de vídeo foi apresentado um vídeo com uma contagem regressiva de 10 segundos. As reações dos gêmeos foram registradas por uma filmadora Sony HDR-CX405 e a reprodução dos vídeos foi assistida por um notebook HP Pavilion Dv4 conectado a um monitor LG Flatron E2060. As expressões faciais serão analisadas por meio do software FaceReader (versão 8.1.15).

Os participantes assistiram três vídeos curtos, com duração de cerca de 80 segundos cada, com duração total de 2 minutos e 40 segundos. Um vídeo era eliciador de alegria, outro eliciador de tristeza e um terceiro eliciador de nojo. O Vídeo 1: “When Your Dad is a Twin” mostrava um bebê confundindo o irmão gêmeo de seu pai com ele. O Vídeo 2 era trecho do filme “Up: Altas Aventuras”, uma animação mostrando um casal de idosos e o processo de adoecimento e falecimento da mulher. O Vídeo 3 mostrava um trecho da reportagem “In China cockroach farmers are cashing in on creepy critters”, exibida pela emissora “CGTN”, mostrando a fritura e o consumo de baratas na China. Figura 4 mostra duas díades de gêmeas assistindo um vídeo considerado hilário. Uma díade apresentou elevada expressividade facial e a outra baixa expressividade facial. Há diferenças individuais que geram uma “assinatura” de expressividade facial para cada pessoa. O que queremos saber é se há uma assinatura facial característica dos gêmeos.

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